[HQ] Resident Evil - Biohazard Marhawa Desire - Volume 1
Publicado em: Junho de 2012
Número de Páginas: 176
Formato: 13 x 18 | Preto e Branco | Folhas iniciais coloridas.
Preço de Capa: R$ 10,90
Site: Panini
Resident Evil sem sombra de dúvida tem sido um dos títulos multimeios(games, livros, filmes e hqs) mais comentados e acompanhados por muitos pelas mais diversas razões que ficaria difícil enumerar aqui. Inclusive até mesmo descrever toda a saga dos jogos até os filmes do Paul W. S. Anderson é uma tarefa homérica que podemos abordar depois nas séries sobre jogos de horror que pretendo públicar. Mas para quem está completamente alheio ao universo do que se trata Resident Evil: O game produzido e publicado pela empresa Capcom e foi lançado, originalmente como Bio Harzard no japão e logo depois como Resident Evil, em 1996 para a plataforma Playstation da Sony e logo portado para diversos outras plataformas. Contando a história de um grupo da divisão policial S.T.A.R.S (Special Tactics And Rescue Service) de uma cidade fictícia chamada Raccoon City que fora enviado para investigar casos estranhos envolvendo canibilismo aos redores da mesma em uma mansão isolada. Após o envio do primeiro time, Bravo, porém com a perda do contato um segundo time: Alpha seguiu na pista para investigar o paradeiro da Bravo. Controlando dois personagem pertencentes a este segundo Chris Redfield e Jill Valetine o jogador terá de sobreviver a inúmeras ameaças que cercam tanto a mansão a floresta ao seu redor. Acaba-se descobrindo que por trás do incidente há uma corporação internacional chamada Umbrella Corporation que detém atrás de uma faixada de fabricação de cosméticos, remédios e outros tantos itens inocentes uma vasta pesquisa em armamentos químicos e seus tentáculos de influência se alastram por diversos países e governos.
Muitos jogos depois, alguns filmes e uns poucos livros. E polêmicas a parte, Resident Evil tem sua cota de sucesso financeiro em qualquer meio que se envolvesse, em proporções bem distintas, as pessoas aguardam a cada novo produto com um misto de tensão, otimismo, nostalgia ou puro descontentamento. Mas isso como eu disse, é um brevíssimo resumo; E para situarmos na linha do tempo desse lançamento, há uma grande expectativa no lançamento de Resident Evil 6 - o jogo seguindo a cronologia oficial, com exceções dos spinoffs da série como as séries Survivors e o tão criticado Resident Evil Operation Raccoon City ainda neste ano(2012) - e o filme que estreio nos cinemas neste mês de Setembro: Resident Evil Retribution.
Então nada mais natural que o momento fosse propício para que a Panini lançasse o mangá Biohazard Marhawa Desire - Resident Evil - Volume 1 o que titulo já mostra a confusão que é manter duas marcas fortes do mesmo produto. Adianto-me, caros leitores, que nem de perto sou um fã dos quadrinhos orientais(mangás) mas também fui aberto a experiência, ainda que não fosse minha primeira, já que fiz questão de comprar Ring - O Chamado de Misao Inagaki publicado aqui no Brasil pela Conrad em 2005. E obviamente não poderia deixar de passar batido por uma hq situada no universo de um dos meus preferidos survival horror, que a tanto me decepcionou em algumas obras, seria a redenção?
O mangá que está sendo publicado anualmente e simultâneamente em 12 países e ao que parece está servido de prólogo para o jogo Resident Evil 6 que deverá ser lançado agora em Outubro. O que não é nenhuma surpresa, diria, já que o argumento da revista é da própria equipe da Capcom. Publicada no japão pela Weekly Shounen Champion, uma publicação semanal com foco em público jovem, colegial, com idade média de 10 à 17 anos. Isso já dá uma explicação sobre alguns pormenores que mais a frente vou expor. Os desenhos ficaram ao cargo de Naoki Serizawa de trabalhos como Saru Lock e Samurai Man.
Marhawa Desire conta a história da manifestação de uma estranha epidemia que começa ocorrer em um colégio de nome Marhawa, dirigido pela religiosa Madre Gracia, transformando uma de suas alunas em zumbi. Um bacteriologista especializado, Doug Wright, é chamado para investigar.
Logo nas primeiras páginas uma misteriosa mulher, a que todos os leitores espalhados na web identificam como sendo Ada Wong, uma antagonista recorrente nas conspirações envolvendo a corporação Neo-Umbrella(derivada da Umbrella Corporation depois diversas intervenções durante a história principal dos jogos e animações ), acaba por abrir um misterioso cubo e através de poucas frases soltas em um comunicador, inicia algum procedimento com ares de missão-mistério.
Então somos apresentados aos centro do roteiro, Doug Wright e Ricky Tozawa, com personalidades distintas e representando duas gerações também diferentes. Doug é professor universitário de Ricky e por coincidência também seu tio. A relação dos dois parece ter sido montada para falar diretamente aos estudantes do japão, com a postura mais sérias dos mais velhos e o empate insistente do gênio jovem contra a autoridade, nada revolucionário - como haveria de ser do próprio pública japones - mas um "descolado" forçado. Hei aqui, na minha opinião o personagem mais genérico, raso e insalubre do mangá: Ricky. Com motivações fúteis argumentos ridículos e comportamentos estereotipados; O roteirista provavelmente o utilizou como elo entro leitores jovens e os demais personagens, mas isso para alguns pode soar mais ofensivo do quê agradável ou funcional.
O estranho é justamente isso, diversas vezes elogiei a estrutura dos roteiros de animes como o Ghost Hunt e Ergo Proxy mas não funcionou organicamente em Marhawa Desire. "Mas você está comparando ANIMES E MANGÁS", ok! Então funcionou em Ring O Chamado mas não nele.
Ricky é convidado pelo Professor Doug a acompanhá-lo em uma investigação na Marhawa colégio católico particular, que fora chamado por Madre Gracia, diretora local. Como descrito acima.
Chegando ao local, Ricky se dá conta que o colégio mais parece um cenário paradisíaco de ninfetas colegiais, e com isso uma sexualização excessiva na obra, um apelo ao erotismo sem sensualidade, que não é bem um problema se tivesse complementado por uma roteiro mais elaborado mas não foi o caso, e fica evidente.
Mas em se tratando de traço, letreiro e acabamento a revista faz um show.
Imprimi um ambiente meio termo entre o gore e o visual limpo, variando no tom de acordo com os momentos, e isso não só no traço, a composição, organizações dos quadros e onomatópeias expressas compondo por vezes as próprias molduras e design são partes integrantes - acredito de que diversos mangás - e fazem bonito. Este ponto, inclusive, pensei que me incomodaria, por serem escritas em kanji e ao invés de dispersar pela falta da compreensão, foram tão bem posicionadas na composição que conseguia entender as sensações só pela forma. Não vejo como elas pudessem afetar negativamente a arte e com tempo se tornam mandatórias no estilo da narrativa rápida.
A anatomia mais realista imprimi um mundo mais factível, para histórias de horror funciona bem empaticamente para adaptar-se ao universo e facilitar os diferenciais de paradigmas. As pespectivas, sombras e posicionamento de "câmera" também segue uma linha comportada.
Por vezes há a utilização fotomontagens que não agridem muito, talvez um ganho tempo, mas caso fossem criados poderia dar um ar mais original a obra como um todo; E com isso sumiria também o único ponto negativo - ao meu ver - da parte gráfica: o distanciamento quase inexistente das referências, que por motivos óbvios devem ser inspirados no designer de personagens da série oficial da capcom, mas copiar diretamente feito montagem?
O Formato ajudou um pouco no aumento de preço, já que o papel é um pouco mais simples e a capa tende a descolar em duas orelhas(pontas duplas) com o manuseio - o que é interessante notar já que historicamente mangás tem uma característica e leitura rápida e consumo quantitativo - acaba sendo um livro de bolso para degustação rápida e logo guardá-lo porém acaba sendo um pouco mais da metade do preço de um encaderno tipo Marvel Terror que tem um pouco menos de páginas mas um papel bem superior e colorido.
Um pouco decepcionado, mais pelo fato e não ter me antenado ao público alvo antes da compra, mas ainda sim curioso para acompanhar o segundo número.
[SPOILERS]
Aqui estão algumas questões que incomodam bastante, caso não tenha lido a obra ainda, NÃO LEIA essa seção.
Número de Páginas: 176
Formato: 13 x 18 | Preto e Branco | Folhas iniciais coloridas.
Preço de Capa: R$ 10,90
Site: Panini
Resident Evil sem sombra de dúvida tem sido um dos títulos multimeios(games, livros, filmes e hqs) mais comentados e acompanhados por muitos pelas mais diversas razões que ficaria difícil enumerar aqui. Inclusive até mesmo descrever toda a saga dos jogos até os filmes do Paul W. S. Anderson é uma tarefa homérica que podemos abordar depois nas séries sobre jogos de horror que pretendo públicar. Mas para quem está completamente alheio ao universo do que se trata Resident Evil: O game produzido e publicado pela empresa Capcom e foi lançado, originalmente como Bio Harzard no japão e logo depois como Resident Evil, em 1996 para a plataforma Playstation da Sony e logo portado para diversos outras plataformas. Contando a história de um grupo da divisão policial S.T.A.R.S (Special Tactics And Rescue Service) de uma cidade fictícia chamada Raccoon City que fora enviado para investigar casos estranhos envolvendo canibilismo aos redores da mesma em uma mansão isolada. Após o envio do primeiro time, Bravo, porém com a perda do contato um segundo time: Alpha seguiu na pista para investigar o paradeiro da Bravo. Controlando dois personagem pertencentes a este segundo Chris Redfield e Jill Valetine o jogador terá de sobreviver a inúmeras ameaças que cercam tanto a mansão a floresta ao seu redor. Acaba-se descobrindo que por trás do incidente há uma corporação internacional chamada Umbrella Corporation que detém atrás de uma faixada de fabricação de cosméticos, remédios e outros tantos itens inocentes uma vasta pesquisa em armamentos químicos e seus tentáculos de influência se alastram por diversos países e governos.
Muitos jogos depois, alguns filmes e uns poucos livros. E polêmicas a parte, Resident Evil tem sua cota de sucesso financeiro em qualquer meio que se envolvesse, em proporções bem distintas, as pessoas aguardam a cada novo produto com um misto de tensão, otimismo, nostalgia ou puro descontentamento. Mas isso como eu disse, é um brevíssimo resumo; E para situarmos na linha do tempo desse lançamento, há uma grande expectativa no lançamento de Resident Evil 6 - o jogo seguindo a cronologia oficial, com exceções dos spinoffs da série como as séries Survivors e o tão criticado Resident Evil Operation Raccoon City ainda neste ano(2012) - e o filme que estreio nos cinemas neste mês de Setembro: Resident Evil Retribution.
Então nada mais natural que o momento fosse propício para que a Panini lançasse o mangá Biohazard Marhawa Desire - Resident Evil - Volume 1 o que titulo já mostra a confusão que é manter duas marcas fortes do mesmo produto. Adianto-me, caros leitores, que nem de perto sou um fã dos quadrinhos orientais(mangás) mas também fui aberto a experiência, ainda que não fosse minha primeira, já que fiz questão de comprar Ring - O Chamado de Misao Inagaki publicado aqui no Brasil pela Conrad em 2005. E obviamente não poderia deixar de passar batido por uma hq situada no universo de um dos meus preferidos survival horror, que a tanto me decepcionou em algumas obras, seria a redenção?
O mangá que está sendo publicado anualmente e simultâneamente em 12 países e ao que parece está servido de prólogo para o jogo Resident Evil 6 que deverá ser lançado agora em Outubro. O que não é nenhuma surpresa, diria, já que o argumento da revista é da própria equipe da Capcom. Publicada no japão pela Weekly Shounen Champion, uma publicação semanal com foco em público jovem, colegial, com idade média de 10 à 17 anos. Isso já dá uma explicação sobre alguns pormenores que mais a frente vou expor. Os desenhos ficaram ao cargo de Naoki Serizawa de trabalhos como Saru Lock e Samurai Man.
Marhawa Desire conta a história da manifestação de uma estranha epidemia que começa ocorrer em um colégio de nome Marhawa, dirigido pela religiosa Madre Gracia, transformando uma de suas alunas em zumbi. Um bacteriologista especializado, Doug Wright, é chamado para investigar.

Então somos apresentados aos centro do roteiro, Doug Wright e Ricky Tozawa, com personalidades distintas e representando duas gerações também diferentes. Doug é professor universitário de Ricky e por coincidência também seu tio. A relação dos dois parece ter sido montada para falar diretamente aos estudantes do japão, com a postura mais sérias dos mais velhos e o empate insistente do gênio jovem contra a autoridade, nada revolucionário - como haveria de ser do próprio pública japones - mas um "descolado" forçado. Hei aqui, na minha opinião o personagem mais genérico, raso e insalubre do mangá: Ricky. Com motivações fúteis argumentos ridículos e comportamentos estereotipados; O roteirista provavelmente o utilizou como elo entro leitores jovens e os demais personagens, mas isso para alguns pode soar mais ofensivo do quê agradável ou funcional.
O estranho é justamente isso, diversas vezes elogiei a estrutura dos roteiros de animes como o Ghost Hunt e Ergo Proxy mas não funcionou organicamente em Marhawa Desire. "Mas você está comparando ANIMES E MANGÁS", ok! Então funcionou em Ring O Chamado mas não nele.
Ricky é convidado pelo Professor Doug a acompanhá-lo em uma investigação na Marhawa colégio católico particular, que fora chamado por Madre Gracia, diretora local. Como descrito acima.
Chegando ao local, Ricky se dá conta que o colégio mais parece um cenário paradisíaco de ninfetas colegiais, e com isso uma sexualização excessiva na obra, um apelo ao erotismo sem sensualidade, que não é bem um problema se tivesse complementado por uma roteiro mais elaborado mas não foi o caso, e fica evidente.
Mas em se tratando de traço, letreiro e acabamento a revista faz um show.
Imprimi um ambiente meio termo entre o gore e o visual limpo, variando no tom de acordo com os momentos, e isso não só no traço, a composição, organizações dos quadros e onomatópeias expressas compondo por vezes as próprias molduras e design são partes integrantes - acredito de que diversos mangás - e fazem bonito. Este ponto, inclusive, pensei que me incomodaria, por serem escritas em kanji e ao invés de dispersar pela falta da compreensão, foram tão bem posicionadas na composição que conseguia entender as sensações só pela forma. Não vejo como elas pudessem afetar negativamente a arte e com tempo se tornam mandatórias no estilo da narrativa rápida.
A anatomia mais realista imprimi um mundo mais factível, para histórias de horror funciona bem empaticamente para adaptar-se ao universo e facilitar os diferenciais de paradigmas. As pespectivas, sombras e posicionamento de "câmera" também segue uma linha comportada.
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O Formato ajudou um pouco no aumento de preço, já que o papel é um pouco mais simples e a capa tende a descolar em duas orelhas(pontas duplas) com o manuseio - o que é interessante notar já que historicamente mangás tem uma característica e leitura rápida e consumo quantitativo - acaba sendo um livro de bolso para degustação rápida e logo guardá-lo porém acaba sendo um pouco mais da metade do preço de um encaderno tipo Marvel Terror que tem um pouco menos de páginas mas um papel bem superior e colorido.
Um pouco decepcionado, mais pelo fato e não ter me antenado ao público alvo antes da compra, mas ainda sim curioso para acompanhar o segundo número.
[SPOILERS]
Aqui estão algumas questões que incomodam bastante, caso não tenha lido a obra ainda, NÃO LEIA essa seção.
- Madre Garcia não é uma madre de facto, uma religiosa com formação formal advinda da igreja católica. No entanto ela parece não se incomodar de ostentar essa patente publicamente. O que JAMAIS a igreja católica permitiria, pelo menos não ABERTAMENTE assim.
- O Design de personagens é parte vital de toda industria criativa, e das quais os japoneses são mestres já que partem de um rosto genérico para um carnaval de cores e formatos nas vestes dos personagens e apesar deste mangá passar LONGE de um tradicional, parece ter aqui e ali um escorregada pelo non-sense: Merah Biji por exemplo, é uma militar mulher da B.S.A.A, e apesar de ser mulher alguns elementos são comuns à todos. Apesar de muitos acreditarem que o exército exigi cabelos curtos dos homens por uma questão de gosto pessoal ou postura tradicional, na verdade tem razões bem práticas: higiene em ambientes hostis de combates como florestas onde podem sofrer de um infestação de piolhos e a uma outra razão é o combate corpo-a-corpo que cabelos grandes podem ser utilizados pelo inimigo como ponto de apoio ao um golpe contrário. Você conhece alguma militar de combate de campo que use trancinhas? e botas desamarradas estilo all-star? elas são seguras nas pernas por motivos de segurança e proteção e não estéticas.

- O Professor, Doug é mais fã do Chris que muitos jogadores da série. ;)
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