INK, fantasia moderna com ar de conto de fada.
Nota prévia:
Certa vez em conversa com uma grande amiga revelei que tinha ojeriza aos diversos críticos de diversas formas de arte, por aclamações e superficiais análises das obras. Muito pacientemente ela, acadêmica da área literária, me explicou que a origem da minha raiva tem base na praticamente inexistência de verdadeiros críticos - como assim?
Ela me esclareceu que com o acesso fácil à veículos de divulgação da informação, como por exemplo a internet, se formou a população de "resenhistas" . Sem delongar em assunto não temático do post, trata-se de um profissão NÃO menos honrosa, mas com um objetivo um tanto quanto diferente: ser uma análise menos profunda da obra e de leitura mais ágil. De certo qualquer um com um mínimo conhecimento de alguma assunto pode ser resenhista, mas para crítico, deve se embasar de diversos artifícios acadêmicos que acercam a produção do determinado assunto, isso só consegue com dedicação e estudo.
Hoje em dia eu respeito mais os críticos, mas nunca troco minha experiência pela opinião de terceiros. Então, nem me considero nem um e nem outro, o que se segue com inicio neste post e se estende por outros é simplesmente minha impressão acerca do universo do filme, somente é claro acerca dos filmes que do gênero ou titulo especifico me atraiu a atenção, de forma que não publicaria nunca comentário acerca de um titulo/gênero à qual não tenho nenhum apego.
Ainda que uma opinião, eu vos aconselho: nunca troque vossa experiência pela opinião de ninguém. O intuito é compartilhar experiências. Sempre.
Mas do que se trata INK?
John(Chris Kelly) é uma espécie de executivo obcecado pelo trabalho(workaholic) que é pai da pequenina Emma(Quinn Hunchar). Ambos distantes pelos razões do destino se encontram em meio a trama que situa-se entre os Storytellers, espécies de guardiões dos sonhos e seus antagônicos guardiões dos pesadelos. Nesse meio tempo também nos é apresentado: Ink, figura singular e sinistra que parece carregar o ritmo do filme além de emprestar o nome à obra. Então após o seqüestro de Emma se dá a saga de todo o filme.
Algumas experiências no campo da ficção moderna nos levou na década passa e nessa a rever alguns contos e fábulas adaptando-as como insurreição à era moderna da razão, como por exemplo o Ao Cair da Escuridão(Darkness Falls, 2003) onde a fada dos dentes ganha novos ares mais sombrios e O Pesadelo (Boogeyman,2005) de Sam Raimi que inclusive cria uma nova teoria ao velho e conhecido Bicho-Papão.
Com Ink nós somos levando entre dimensões que podem(ou não ?) representar as barreiras existentes dentro da nossa própria psiquê, através do mundo dos sonhos e pesadelos. Infestados por guardiões de um lado com altruístas e outros revistos e retroalimentados pelas mais desprezíveis aspirações. Tudo sempre mantendo um pé simbólico no mundo dos humanos de onde muitas vezes somos levados por flashbacks da vida de John, explicando assim até o ponto em que se encontra a narrativa.
A estrutura INK.
A Narração é carregadíssima de simbolismo e figurações dentro dos próprios diálogos. O exagero por vezes nas caricaturas dos personagens emergi-nos um pouco da infância, do bufão de teatros circenses e justamente o ponto onde encontramos a magia mais pueril de INK contrapondo-se as situações a angustias mundanas e aqueles em que somente um adulto conheceria. Justamente pelo excesso do simbolismo o espectador poderá se sentir entediado ou até mesmo odiando um persona ou outro, mas fica o aviso: não procure lógica onde só o coração entende; relaxe e aproveite.
A Atuação de Quinn como Emma nos carrega pela inocência em um mundo politicamente correto porém amargo. Mas não deixe-se enganar pela prosa do filme ser menos ganancioso, as criticas sobre ética e outros pormenores estão lá tão atrelados ao épico de Ink que quase esquecemos que existe, mas ai vem a onda de autocrítica rasgando, como deveria ser, de dentro para fora da mente dos personagens.
Ink no império da pirataria.
Não é de hoje que a pirataria já faz festa na terra-de-ninguém(internet), os motivos são milhares, como brasileiro eu tenho vergonha de afirmar que aqui é um ótimo local para justificar essa pratica já que nossas taxas sobre produtos como ditos como luxo(filmes, jogos eletrônicos e etc) seja abusivos com no mínimo de 60% de imposto sobre o valor do produto e alguns casos chegam à 213%, mas enfim, não seria apropriado para tal discussão esta opinião sobre um filme.
No caso de INK é ainda mais difícil que uma produtora independente, a Double Edge Filmes, consiga resgatar o investimento na produção do filme, por isso no próprio site do filme: http://www.doubleedgefilms.com/ a produtora apela à honestidade do público e indica com o seguinte letreiro:
"if you watched Ink for free online and would like to contribute what you can, please click here:"
O que nos leva até um formulário de contribuição vinculada à uma conta no paypal. O que de certo é inocente, mas funciona! Em sites como o Internet Movie Database(http://www.imdb.com/) alguns comentários de arrependimentos por conta de assistir ao filme sem pagar começaram a aparecer e alguns inclusive se redimiram e compraram a obra diretamente do site da produtora, que conta inclusive com kits)Poster + DVD ou BLU-RAY + Camiseta do filme ) para o suporte do filme. O que infelizmente seria uma pouco inviável dado o caso que tanto o DVD quanto o Blu-Ray são de regiões não reconhecidas pelo nossos players de mercado, mas o valor $ 22.99(dolares) no caso do Blu-Ray e $18.99 para o DVD; não está abusivo, a obra vale!
Tentarei contato em breve com a produtora para saber de planos para legendas/dublagem para o nosso idioma. Postarei qualquer novidade sobre isso.
Mais informações:
Ano de Lançamento: 2009
Direção: Jamin Winans
Estrelando: Chris Kelly, Jessica Duffy, Quinn Hunchar, Jeremy Make, Erne Ikwuakor
Produtora e site oficial: http://www.doubleedgefilms.com/
Internet Movie Database: http://www.imdb.com/
Site dos Fãs: http://www.repercussionsmagazine.com/ink/
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